Deputado Tito Barichello aciona o Ministério Público e o Conselho de Ética contra Renato Freitas por protesto em supermercado Muffato

“O mandato não é licença para violar leis. Existe um limite entre fiscalizar e coagir, entre protestar e invadir. O que se viu foi um teatro político que desrespeita os cidadãos, os trabalhadores e a legalidade”, declarou Tito Barichello.

O deputado estadual delegado Tito Barichello (União Brasil) protocolou uma representação disciplinar no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e acionou formalmente o Ministério Público do Paraná (MPPR) contra o também deputado estadual Renato Freitas (PT). A iniciativa foi motivada pela conduta de Freitas durante um protesto realizado no dia 25 de junho dentro de uma unidade do supermercado Muffato, no bairro Portão, em Curitiba.

O requerimento encaminhado à Alep, registrado sob o número 1212072/2025, sustenta que o deputado Renato Freitas ultrapassou os limites da atuação política legítima durante o protesto, caracterizando possível abuso das prerrogativas parlamentares, além de infrações ao Código de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná.

De acordo com o deputado delegado Xerifão a conduta de Freitas representou um “abuso reiterado” de sua posição como parlamentar, infringindo princípios constitucionais, normas internas da Alep e, possivelmente, dispositivos legais. Para Barichello, a imunidade parlamentar não pode ser confundida com licença para desrespeitar a ordem pública e invadir propriedades privadas.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram Renato Freitas utilizando um megafone dentro do supermercado para fazer críticas contundentes à rede e aos envolvidos no caso da morte de Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos — jovem que foi perseguido e agredido por seguranças e outros homens após suspeita de furto de uma barra de chocolate.

Durante o protesto do dia 25, no entanto, o deputado teria proferido ofensas e palavras de baixo calão dirigidas a funcionários e clientes. Em um dos trechos captados por câmeras, Freitas aparece discutindo com uma cliente e, segundo imagens, chega a arrancar uma cesta de compras de suas mãos — ação que o parlamentar classificou como “desrespeitosa”.

“O mandato não é licença para violar leis. Existe um limite entre fiscalizar e coagir, entre protestar e invadir. O que se viu foi um teatro político que desrespeita os cidadãos, os trabalhadores e a legalidade”, declarou Tito Barichello.

O deputado ainda argumentou que a presença de Freitas no interior do estabelecimento, acompanhada de discursos inflamados, não estaria protegida pela imunidade parlamentar. “Mais uma vez, o deputado Renato Freitas excede os limites do mandato e usa sua posição para invadir propriedades privadas e desrespeitar a ordem pública. É inadmissível que um parlamentar confunda imunidade com impunidade”, disse.

Barichello também mencionou que esta não é a primeira vez que Freitas se envolve em situações polêmicas. “Não podemos naturalizar esse tipo de conduta. Se não houver resposta institucional, estaremos estimulando a desordem travestida de ativismo”, afirmou.

Com a representação, o Conselho de Ética da Alep avaliará se há elementos suficientes para abertura de processo disciplinar. Caso isso ocorra, Renato Freitas poderá ser submetido a sanção de perda do mandato, conforme o regimento interno da Casa. O Ministério Público, por sua vez, deverá analisar se há indícios para instauração de inquérito ou outras medidas judiciais ou extrajudiciais cabíveis.

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Por Assessoria de Comunicação: Andrea Quadros

Foto: Alep