Parlamentar denuncia avanço de facções como o PCC no Paraná e cobra assinatura para abertura de CPI que investiga a infiltração criminosa na região metropolitana de Curitiba
Na tarde desta terça-feira (16), durante sessão plenária na Assembleia Legislativa do Paraná, o deputado Delegado Tito Barichello (União Brasil) fez um pronunciamento contundente sobre o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros no último fim de semana.
“Todos acompanharam na mídia o assassinato, a morte, o homicídio do delegado Ruy Ferraz Fontes, meu colega lá de São Paulo. Um homem que dedicou a vida à segurança pública e ao enfrentamento direto do PCC”, afirmou o deputado delegado Xerifão.
Ruy Ferraz foi um dos principais nomes na repressão ao crime organizado em São Paulo. Foi responsável, ainda em 2006, pelo indiciamento de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), e também foi o primeiro a mapear a estrutura do grupo criminoso no início dos anos 2000.
“Foi ele quem nos trouxe à tona o espectro dessa organização criminosa, que é o PCC. E foi executado com um modus operandi assustador: criminosos armados com fuzis, em tática claramente treinada, cercando o veículo, estabelecendo perímetro, e executando um delegado da Polícia Civil em plena luz do dia”, denunciou Xerifão.
O deputado Delegado Xerifão levantou a possibilidade de que a execução de Ruy Ferraz tenha contado com a participação de indivíduos com treinamento tático, possivelmente com formação policial, dado o alto grau de organização e precisão da ação criminosa.
Durante o pronunciamento, o parlamentar também fez um alerta sobre a expansão silenciosa das facções criminosas pelo território nacional, enfatizando que o Paraná já está na mira desses grupos.
“O PCC não está mais restrito a São Paulo. Aqui no Paraná, especialmente em Curitiba e na região metropolitana, há fortes indícios de que essas organizações criminosas — como o PCC, o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) — estão se infiltrando e ampliando sua atuação”, destacou Xerifão.
PGC — estão se instalando silenciosamente“, afirmou.
Ele destacou que a aparente segurança de alguns estados é, na verdade, fruto do domínio de facções, que têm evitado confrontos visíveis para manter o controle. “Temos a ilusão de que São Paulo é um estado seguro por conta de políticas públicas. Mas a verdade é que o PCC domina o estado, e evita o uso da violência como forma de poder. Assim, o índice de homicídios se mantém baixo, mas sob o controle do crime organizado.”
Deputado cobra adesão à CPI sobre infiltração criminosa no Paraná
Ao final de sua fala, o parlamentar fez um apelo direto aos colegas da Assembleia Legislativa, cobrando a assinatura para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que está aguardando desde março de 2023, com o objetivo de investigar a presença e atuação das facções criminosas no estado, especialmente em postos de combustíveis da região metropolitana de Curitiba.
“Então, aproveito e cobro: assinem a CPI que propus para investigar o PCC e outras facções no Paraná. Porque sua assinatura não está lá.” A proposta de CPI já foi protocolada, mas ainda não atingiu o número mínimo de assinaturas para ser instalada, o que tem gerado preocupação entre parlamentares ligados à segurança pública.
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Por Assessoria de Comunicação: Andrea Quadros
Foto: Alep