“Está lá Alexandre de Moraes, que presidiu a investigação, sendo ao mesmo tempo vítima e julgador. Qual será a consequência para alguém inocente como o nosso ex-presidente Jair Bolsonaro? Não tenho ilusões: a condenação virá. Já está pronta”, disse.
Na sessão plenária desta terça-feira (10) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o deputado estadual delegado Tito Barichello (União) usou a tribuna para rebater declarações do deputado Goura (PDT) sobre a deportação da ativista sueca Greta Thunberg e do brasileiro Thiago Ávila por Israel. O parlamentar defendeu a atuação do governo israelense e também fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em razão do interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ao iniciar sua fala, Xerifão afirmou que o tema originalmente seria outro, mas decidiu reagir à manifestação anterior do colega. “Com todo o respeito ao deputado Goura, Israel é vítima, sim. Vítima de um grupo terrorista que, diariamente, envia foguetes e bombas para seu território. Em momento anterior, esse mesmo grupo invadiu Israel, estuprou mulheres, sequestrou crianças, sem que houvesse guerra declarada”, afirmou, referindo-se ao Hamas.
Barichello questionou como outras nações reagiriam diante de ataques semelhantes. “Israel tem, sim, o direito de se defender. Queria ver se Brasil, Estados Unidos, Canadá ou França fossem invadidos por milhares de criminosos terroristas e recebessem 5 mil bombas em um único momento”, completou.
Em seguida, o parlamentar mudou o foco de seu discurso e partiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que prestava depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de uma das investigações em curso no STF. Deputado delegado Xerifão criticou a atuação do ministro e comparou o processo judicial ao período anterior à Revolução Francesa.
“Está lá Alexandre de Moraes, que presidiu a investigação, sendo ao mesmo tempo vítima e julgador. Qual será a consequência para alguém inocente como o nosso ex-presidente Jair Bolsonaro? Não tenho ilusões: a condenação virá. Já está pronta”, disse. Para ele, o processo deveria tramitar na primeira instância, uma vez que Bolsonaro não possui mais foro privilegiado.
O deputado ainda criticou o silêncio de instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público Federal (MPF). “A nossa Constituição Federal foi rasgada, o nosso Código Penal foi rasgado. Vivemos hoje em um país com dois conjuntos de normas: um para os amigos do rei e outro para os inimigos do rei”, declarou.
Encerrando seu discurso, Barichello alertou para o que chamou de ameaça à liberdade de expressão no Brasil. “Amanhã é você que vai perder a liberdade de opinião. O TikTok, o Instagram, o Facebook de vocês serão controlados pelo governo federal. Vão regular do mesmo jeito que controlam na China, onde está o deputado estadual Renato Freitas estudando o modelo chinês”, concluiu.