“Precisamos plantar a música sertaneja, a música raiz, de forma muito mais acirrada. Ela diz respeito à nossa sociedade e prega valores”, afirmou.
A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) foi palco, na manhã desta terça-feira (8), de uma emocionante celebração à cultura sertaneja com a Sessão Solene Viola Caipira. A solenidade marcou a comemoração antecipada do Dia Estadual da Música e da Viola Caipira, instituído pela Lei nº 22.449/2025, e reuniu artistas, parlamentares e admiradores da música de raiz.
Durante o evento, o deputado estadual Delegado Tito Barichello (União Brasil) homenageou as duplas paranaenses Antony e Gabriel e João Nelore e Texano — artistas que vêm ganhando projeção nacional com seu talento, carisma e fidelidade às raízes sertanejas.
Chapéus de feltro, violas afinadas e clássicos da música raiz deram o tom da cerimônia, que distribuiu 23 homenagens a músicos, maestros, grupos, orquestras e instituições que se dedicam à preservação da tradição caipira. A data oficial de celebração é 13 de julho, em referência ao nascimento do paulista Cornélio Pires — folclorista, maestro e uma das figuras centrais na valorização da música caipira no Brasil. Por conta do recesso parlamentar, a sessão foi antecipada.
Em sua fala, deputado delegado Xerifão destacou a importância de preservar esse patrimônio imaterial. “Precisamos plantar a música sertaneja, a música raiz, de forma muito mais acirrada. Ela diz respeito à nossa sociedade e prega valores”, afirmou.
Entre os homenageados, a dupla João Nelore e Texano emocionou o público com sua trajetória. Naturais de Cerro Azul e atualmente radicados em Londrina, os artistas iniciaram a carreira nos bares de Curitiba e, ao longo de 17 anos, consolidaram um público fiel. Com oito músicas lançadas recentemente, somam mais de 62 milhões de visualizações nas plataformas de streaming. “Antes de a gente visar sucesso, fazíamos música porque amávamos colocar a viola no peito e cantar modas raiz”, relatou Texano. Seu parceiro, João Marcos da Silva — o Nelore —, completou: “Isso virou nossa profissão. Hoje a gente vive disso”.
A dupla Antony e Gabriel, de Joaquim Távora (PR), iniciou sua trajetória em 2014, publicando vídeos caseiros na internet. Com estilo próprio e carisma, rapidamente se destacaram no cenário nacional com o chamado “sertanejo bruto” — marcado por timbres graves, sanfona e viola. Em 2017, lançaram o DVD “Os Cachaceiros Também Amam – Ao Vivo em Londrina”, consolidando a carreira. Entre os principais sucessos estão “Seu Padre”, “Eu Te Amo Pinga” e “A Roça Venceu”. Atualmente, a dupla acumula mais de 900 milhões de visualizações no YouTube, milhões de seguidores nas redes sociais e segue conquistando público com novos lançamentos, como “Ram Tchuuuu” e “Coração de Bruta”.
Para Antony e Gabriel, a música é uma forma de valorizar a vida simples e dar voz ao homem do campo, ao trabalhador rural e a todos que mantêm uma conexão com a roça. A canção “Coração de Bruta”, por exemplo, foi criada como um tributo às mulheres fortes e independentes do meio rural — reforçando que a força feminina também se impõe no campo e em qualquer lugar da sociedade.
O tom emotivo se intensificou com a participação da musicista Giulia Foganholli, que executou o Hino Nacional Brasileiro na viola caipira. Também marcaram a sessão as apresentações de “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, e “O Trenzinho do Caipira”, de Heitor Villa-Lobos, interpretadas pela Escola de Música Lions, projeto que atende crianças e adolescentes da comunidade da Vila Uberaba, em Curitiba.
A cerimônia ainda homenageou músicos como Paulo Santana, Ruan Mansur, Alberto Júnior Capeletto, Gringo Violeiro, Fabiano Santos, Vini Moraes (Diamante Violeiro), Edson Murai Lima, Matheus Vieira de Souza e a própria Giulia Foganholli. Professores ligados ao Lions Clube Curitiba Batel, como Nilson Izaias Pegorini, Igor Kpvaliuk, Gesiel Sari, Josafá Silva de Souza, Gabriel Gomes Teixeira e Eli Carlos dos Santos, também receberam honrarias.
Foram reconhecidos ainda os grupos e projetos Viola Paraná, Instituto Viola Caipira, Viola Lobo Bravo, Projeto Anjos Inocentes, Viola Musa, Orquestra Viola e o Instituto Viola Caipira, que mantêm viva a tradição e a educação musical caipira em diversas regiões do estado.
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Por Assessoria de Comunicação: Andrea Quadros
Foto: Valdir Amaral/Alep
