“É inaceitável! Passou um ano e nada aconteceu. Nenhuma punição, nenhuma responsabilização. Que sinal estamos dando à sociedade? Que se pode invadir o Parlamento, quebrar tudo, agredir policiais e sair pela porta da frente?
Em discurso duro e carregado de indignação na tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), nesta terça-feira (3), o deputado delegado Tito Barichello (União) voltou a cobrar respostas e punições aos responsáveis pela invasão à Casa de Leis ocorrida há exatamente um ano, durante protestos contra o projeto Parceiro da Escola.
“É inaceitável! Passou um ano e nada aconteceu. Nenhuma punição, nenhuma responsabilização. Que sinal estamos dando à sociedade? Que se pode invadir o Parlamento, quebrar tudo, agredir policiais e sair pela porta da frente? Enquanto os presos do 8 de janeiro estão com punições severas”, bradou Xerifão, em tom indignado.
A invasão, ocorrida em 3 de junho de 2024, causou uma série de danos materiais ao prédio da Alep: portas arrombadas, vidros estilhaçados, cadeiras destruídas e o portão principal violado. Dois policiais e três manifestantes ficaram feridos. Dois participantes chegaram a ser detidos por dano ao patrimônio público, mas o inquérito policial segue inconcluso.
Barichello foi direto ao apontar responsabilidades. “Não foi um protesto, foi uma ação orquestrada para intimidar o Legislativo e colocar em risco o Estado Democrático de Direito. E o mais revoltante é ver que o senhor Renato Freitas não só aplaudiu, como facilitou esse ataque”, disparou.
Na época, Barichello e o deputado Ricardo Arruda (PL) protocolaram representações contra o deputado estadual Renato Freitas (PT), acusando-o de incitação à invasão e de ter permitido o acesso dos manifestantes ao interior do prédio. A representação pede a cassação do mandato de Freitas por quebra de decoro e violação do artigo 359-L do Código Penal, que trata da tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alep, aprovou o parecer pela admissibilidade da denúncia nesta segunda-feira (2), Barichello solicitou ofício a Polícia Civil para cobrar informações atualizadas sobre o andamento do inquérito conduzido pelo COPE (Centro de Operações Policiais Especiais), com apoio da Polícia Científica.
“Não dá mais pra fingir que nada aconteceu. Estamos falando de um ataque direto à democracia. Cada dia sem resposta é um tapa na cara dos paranaenses que acreditam na lei e na ordem”, afirmou o deputado.
O deputado Xerifão afirmou ainda que as imagens das câmeras de segurança não foram apagadas, ao contrário do que ocorreu em 8 de janeiro. Segundo ele, as gravações já foram analisadas e os envolvidos identificados. Apesar disso, até o momento, nenhuma responsabilização penal ou administrativa foi efetivada.
“Essa leniência com atos de violência contra o Parlamento abre um precedente perigoso. A Alep não é território sem lei! Quem rompeu os limites da legalidade precisa responder pelos seus atos, seja manifestante ou parlamentar”, concluiu Tito Barichello.
Por Assessoria de Comunicação
Andrea Quadros
Foto: Alep